O Instituto de Meio Ambiente de Mato
Grosso do Sul (Imasul) fez um relatório preliminar da investigação da
mortandade de peixes na região do Rio Negro. O resultado das análises
indica que possivelmente os peixes morreram devido a falta de oxigênio
dissolvido na água. Essa deficiência teria como base a alta temperatura
da água - que provoca o aumento do metabolismo dos organismos e, ao
mesmo tempo, provoca a diminuição na solubilidade dos gases. “Esses
dois efeitos agem antagonicamente, ou seja, justamente no momento de
maior necessidade de oxigênio nos organismos é que este gás está menos
solúvel na água”, aponta o relatório preliminar.
Outro fator importante observado no resultado, principalmente nas águas das baías, é a concentração de sólidos dissolvidos totais (SDT) e os altos valores da condutividade elétrica, indicando que essas variações em comparação com o resultado das águas do Rio Negro também podem ter contribuído com a mortandade. Variações bruscas na condutividade elétrica da água podem provocar a morte de peixes em função da modificação da pressão osmótica.
Outra avaliação é que a turbidez extremamente baixa indica que não há sólidos suspensos na coluna de água e com isso os raios solares atingem profundidades maiores, o que provoca o aumento da temperatura das águas bem acima da média, que é em torno de 25°C.
Também não pode ser descartada a
estratificação química e até mesmo a estratificação térmica que também
prejudicam os organismos aquáticos podendo ocasionar até a morte desses
organismos.
O levantamento de informações foi
feito em quatro pontos: Baía do Dourado (Fazenda Santa Sophia), Rio
Negro (200 metros a jusante da baía do Dourados), Baía Sede (Fazenda
Rio Negro), e Rio Negro (500 metros a montante da baía Sede). Entre as
15 horas e as 16h20 do dia 31, os técnicos fizeram as medições de
temperaturas do ambiente e da água; profundidade; oxigênio dissolvido
(medido em miligrama por litro); pH; condutividade; SDT (também em
mg/litro); e nível de turbidez.