O Sol explosivo que todos amamos está de volta.
Na segunda-feira à noite, quando todos estavam distraídos com o sobrevoo da sonda Stardust-NExT sobre o cometa Tempel 1, o Sol desencadeou sua maior erupção em quatro anos. Registrada acima pelas lentes de alta definição do Solar Dynamics Observatory (SDO) da NASA, foi classificada como uma das erupções mais violentas que o Sol é capaz de gerar.
Conhecida como classe X, esta erupção específica foi classificada como X2 na “escala Richter” das erupções solares".
A última vez em que vimos uma erupção classe X foi em 5 de dezembro
de 2006, quando o Sol produziu uma explosão X9, oito vezes mais potente
que uma erupção X2.
A erupção emitiu uma ejeção de massa coronal (EMC), enviando uma
nuvem de partículas de energia em direção à Terra. Uma série de EMCs
deve chocar-se contra nossa atmosfera nas próximas 48 horas, todas
procedentes do local da erupção, a mancha solar 1158.
Segundo a previsão da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA,
há grande probabilidade de ocorrer atividade geomagnética entre 17 e 18
de fevereiro. Isso significa que os observadores em latitudes mais
altas poderão apreciar auroras boreais impressionantes.
É claro que o que está em jogo não são apenas luzes bonitas: a
previsão do tempo espacial está se tornando uma ferramenta crucial para
a nossa civilização. Estamos cada vez mais dependentes de tecnologias
de comunicação sensíveis e delicadas redes de transmissão de energia, e
o que acontece no Sol pode gerar consequências graves para nós aqui
embaixo.
Apesar de as ejeções de massa coronal serem consideradas a maior
ameaça, as próprias erupções podem causar sérios impactos em nosso
estilo de vida. Quando a erupção X2 ocorreu, um aumento repentino de
radiação de raios X foi detectado na órbita da Terra.
Segundo a Administração Meteorológica da China (CMA),
esta erupção X2 afetou as comunicações de rádio de ondas curtas no sul
da China. Como os rádios de ondas curtas usam a ionosfera da Terra (uma
camada carregada da atmosfera acima da troposfera) para rebater ondas
de rádio, a condição da ionosfera é essencial. A erupção desta segunda
causou distúrbios ionosféricos repentinos, interrompendo as
comunicações em ondas curtas na região.
Creio que podemos dizer com segurança que o Sol está acordado, e nos
deu um gostinho do que o Ciclo Solar 24 – cujo pico será por volta de
2013 – nos reserva.